O diagnóstico precoce é muito importante para qualquer tipo de doença. Em se tratando de câncer, há exames em que é possível o diagnóstico antes mesmo da pessoa apresentar sintomas, e isso aumenta significativamente as chances de cura do paciente.
Diagnóstico precoce e câncer
Realizar o check-up é uma medida preventiva primordial, pois são esses exames que vão identificar doenças e possíveis tumores em seus estágios iniciais, que se descobertos nessa etapa reduzem as chances de complicações.
Tratando-se de câncer, a probabilidade de cura em alguns casos pode chegar a 90% com o diagnóstico precoce. A máxima aqui vale muito: quanto mais cedo descobrir o câncer, maior as chances de recuperação.
Observação: a associação entre realizar o check-up e ter uma vida com hábitos saudáveis não impede da pessoa ter câncer, mas essa junção é uma ótima aliada para a sua prevenção.
Exames de detecção
O diagnóstico precoce se baseia de duas formas, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) e com base na Organização Mundial da Saúde (OMS): rastreamento e detecção precoce.
O primeiro, realizado em pessoas sem indícios de câncer, tem o objetivo de encontrar lesões pré-malignas. O segundo, feito em indivíduos que possuem sinais bem como sintomas suspeitos, tem o intuito de identificar tumores em estágio inicial.
Existem alguns exames direcionados para detectar específicos tipos de câncer. São eles:
- Papanicolau: câncer de colo do útero;
- Tomografia de tórax: câncer de pulmão;
- Colonoscopia: câncer de intestino.
- PSA (com ou sem exame de toque retal): câncer de próstata;
- Mamografia: câncer de mama. É para mulheres a partir dos 40 anos, mas também por mais jovens em caso de histórico familiar ou fatores de risco.
- Tomografia computadorizada: câncer de pâncreas, câncer de pulmão e câncer de cólon.
- Ressonância magnética: diversos tipos de câncer, entre eles o de ossos e o de cérebro. É indicada para pessoas que contam com alto risco de desenvolver a doença e apresentam sintomas.
- Biópsia: é realizada após outros exames detectarem a presença de tumor. É a forma mais precisa de diagnosticar o câncer e pode ser feita em qualquer parte do corpo.
Nem todos esses exames são recomendados para uma pessoa, sendo que o médico pode indicar diferentes abordagens. Tudo é com base na idade do indivíduo, seu histórico e o da família, e diversos outros fatores de risco.
Fatores de risco para o câncer
A exposição a diversos fatores – sejam eles hábitos, ambientais ou hereditários – pode colocar em risco uma pessoa sadia ao desenvolvimento do câncer, que é uma doença crônica e suas primeiras manifestações podem surgir após anos de uma exposição única – como o sedentarismo -, ou contínua (mais de uma) – como álcool e tabagismo.
Alguns cânceres podem ser evitados quando são controlados seus fatores de risco. Alguns dos principais são: sedentarismo, tabagismo, radiação solar, alimentação não saudável, bebidas alcoólicas, agentes infecciosos e fatores ocupacionais (físicos, químicos e biológicos).
Sobre cada um dos fatores de risco
O tabaco é causador de cerca de 90% dos cânceres de pulmão, mas pode ocasionar outros, como: câncer de bexiga, de pâncreas, de fígado, de rins, de esôfago e leucemia mieloide aguda. Já as bebidas alcoólicas estão relacionadas, por exemplo, ao câncer de boca, fígado, faringe, laringe e estômago.
Uma alimentação não balanceada, com alimentos processados e ultraprocessados, pode ocasionar o desenvolvimento de cânceres, como por exemplo, o de esófago, intestino, próstata, mama e cólon. A radiação solar está diretamente ligada ao câncer de pele – a condição é o principal fator de risco para a doença. O câncer de pele não melanoma, inclusive, é o mais frequente no Brasil.
Agentes infecciosos, como o Papiloma Vírus Humano (HPV), que é o principal responsável pelo câncer de colo de útero, vírus de Hepatite B e C, que estão associados ao câncer de fígado, Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que aumenta o risco de cânceres de colo de útero e de Sarcoma de Kaposi (acomete as camadas mais internas dos vasos sanguíneos), e Vírus Epstein-Barr (EBV), que é transmitido principalmente pela saliva, que pode ocasionar cânceres de origem linfoide e epitelial, também são fatores de risco.
Representando entre 2% a 4% dos cânceres diagnosticados, os fatores ocupacionais estão relacionados à exposição por muitos anos a agentes carcinogênicos, que no Brasil são destaque: o tabagismo passivo, radiação solar, agrotóxicos, radiação ionizante, benzeno e amianto.
Por fim, o sedentarismo, que além de ocasionar o aumento do peso corporal, pode causar cânceres como o de endométrio, esôfago, cólon e mama. Para diminuir os riscos nesses casos, a prática de atividade física é fundamental.
Atente-se, portanto, ao diagnóstico precoce e aos fatores de risco, que condizem entre 80% e 90% para o desenvolvimento de câncer. Por fim, caso necessite, agende uma consulta e faça uma avaliação individualizada.