Mariane Fontes MD

Câncer de uretra é mais comum em mulheres

Câncer de uretra é mais comum em mulheres

Considerado um tipo de tumor raro, o câncer de uretra afeta mais mulheres do que homens, sendo que a probabilidade é de um caso no sexo masculino a cada quatro no feminino. Geralmente, a doença acontece em pacientes com mais de 50 anos.

A uretra, que faz parte do sistema urinário, é o tubo responsável pela condução da urina da bexiga e termina no pênis ou na vulva, e é diferente anatomicamente entre os gêneros – nos homens ela mede 20 cm enquanto que nas mulheres o seu tamanho é de 5 cm.  

Câncer de uretra e os seus subtipos

Certos tipos de papilomavírus humano (HPV) podem estar na origem do câncer de uretra. Além disso, entre as mulheres, poder ser por inflamações crônicas, infecções urinárias, fibroses, carúnculas, lesões proliferativas e pólipos. Geralmente ocorre no período pós-menopausa – entre 50 e 60 anos.

Entre os homens, normalmente acometidos após os 50 anos, pode afetar os corpos cavernosos, tecidos periuretrais, tecidos profundos do períneo, bem como pele escrotal, pênis, diafragma urogenital e próstata.

O câncer de uretra tem três subtipos:

  • Carcinoma de células escamosas: corresponde a 80% dos casos. Nas mulheres se inicia na parte da uretra perto da bexiga, e nos homens a partir das células que revestem a uretra no pênis.
  • Carcinoma de células transicionais: equivalente a 15% dos diagnósticos. Nesse cenário, as células cancerígenas crescem perto da abertura da uretra nas mulheres, e no tubo onde passa a próstata entre os homens.
  • Adenocarcinoma: as células cancerígenas crescem nas glândulas ao redor da uretra e esse subtipo corresponde a 5% dos casos.

Sintomas e diagnóstico

No estágio inicial da doença, os sintomas podem não ser evidentes, mas no decorrer de seu avanço podem surgir: ardência para urinar (disúria), dor ao coito (dispareunia), sintomas obstrutivos, secreção uretral, sangue na urina (hematúria), tumor uretral palpável e nódulo na virilha.

O diagnóstico é por:

  • biópsia, que é a retirada de parte do tubo para análise microscópica;
  • uretrografia, com contraste na uretra e na bexiga;
  • cistoscopia, aparelho que permite observar o interior da uretra;
  • testes de imagem, tais como raio-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética, que vão detalhar se as células cancerígenas se moveram para outras partes do corpo.

Tratamento

Geralmente a cirurgia é o tratamento mais comum do câncer de uretra. Os tumores superficiais saem com um cistoscópio especial, chamado de ressectoscópio. Em casos invasivos, as cirurgias são mais radicais em tumores que envolvam a uretra posterior. Nos homens, a bexiga, a próstata, parte da pelve óssea e o pênis ficam em risco. Nas mulheres, se o tumor estiver na parte mais interna, uretra, bexiga e parte da vagina são removidas.

Nas cirurgias, geralmente os gânglios linfáticos são removidos nos dois sexos, o que pode ocasionar inchaço nas pernas pela falta de drenagem dos fluidos que saem dos vasos sanguíneos.

Radioterapia, associada ou não à cirurgia e quimioterapia, que por ser um tratamento sistêmico é mais usada quando o câncer se espalhou para outros órgãos ou partes do corpo, são outras alternativas de tratamento.  

Por fim, não há causa exata para o surgimento da doença e nenhum método de prevenção. Apesar de raro, o câncer de uretra merece atenção. Caso necessite, agende uma consulta agora mesmo.