Mariane Fontes MD

Imunoterapia

A imunoterapia apresenta-se atualmente como uma das mais promissoras ferramentas no combate ao câncer. Essa nova tecnologia de medicamento tem como objetivo potencializar a ação do sistema imunológico, permitindo dessa forma que haja maior resposta contra agentes exógenos e células defeituosas, como nos casos dos tumores.

As imunoterapias agem de diferentes maneiras, sendo que o principal mecanismo atua nos chamados inibidores de pontos de verificação imunológicos (inibidores de checkpoint). Basicamente, os pontos de verificação regulam quando uma célula está apta a se multiplicar ou quando deve ser destruída. As células cancerígenas atuam inibindo essa resposta de verificação, o que permite sua intensa multiplicação sem destruição por parte do sistema imunológico. Com a ação dessas drogas, essa inibição é cancelada e as células de defesa passam a reconhecer as falhas das células tumorais, destruindo-as.

Portanto, a imunoterapia atua de forma diferente dos demais tratamentos oncológicos, que contam com mecanismos de ação que atacam as células cancerígenas e também as células normais, o que causa os tradicionais efeitos colaterais relacionados ao tratamento de câncer.

A imunoterapia “poupa” as células saudáveis, além disso tem um resultado bastante duradouro com o organismo tendo uma “memória imunológica” contra o tumor, e apresenta menor toxicidade gerando menores efeitos colaterais.

Quando a imunoterapia é indicada?

Assim como outros tratamentos contra a doença, a imunoterapia pode ser acompanhada de outros procedimentos, como a quimioterapia, e sua indicação vai depender do estágio e tipo do tumor, além das condições clínicas do paciente, tudo pautado em medicações específicas – feitas de maneira intravenosa – para cada tipo de câncer, sendo os principais: inibidores de checkpoint imunológicos, transferências de células T adotivas, anticorpos monoclonais, vacinas e moduladores do sistema imune.

Mas quais os cânceres que podem ser tratados com a imunoterapia? São eles: câncer de estômago, câncer de próstata, câncer de rim, câncer de bexiga, câncer de cabeça e pescoço, câncer de pulmão, câncer colorretal, leucemia, linfoma, câncer de pele (carcinomas de células de Merkel e melanoma) e câncer de mama.

Sobre os efeitos colaterais, que já citei que são mais leves, os mais frequentes são a falta de disposição, diarreia, e manchas e/ou coceira na pele. Na imunoterapia, diga-se, não há queda de cabelo e pelos. Além disso, o tratamento não afeta a produção de glóbulos brancos, o que não reduz a produção dos leucócitos (que atuam na defesa do organismo), diminuindo, assim, as chances de infecção do paciente.

Apesar de a imunoterapia mostrar resultados promissores com diferentes tipos de tumor, essa terapia ainda representa uma opção para apenas 20% dos pacientes em tratamento oncológico. Além da sua restrição a apenas alguns tipos tumorais, outra desvantagem é seu alto custo, muito acima do esperado quando comparado a terapias convencionais já existentes no mercado.

Caso queira saber mais sobre imunoterapia, fique à vontade para marcar uma consulta com hora marcada comigo. Lembre-se sempre de que você não está sozinho!

Veja também outros tratamentos

Conheça os diferentes tipos de tratamento, acompanhamento e cuidados específicos para os pacientes portadores de cânceres de trato urogenital.

Cuide de sua saúde

Juntos na luta contra o câncer. O diagnóstico precoce preserva o seu futuro!