O câncer de próstata é um tema que gera preocupação entre os homens, especialmente aqueles que estão na faixa etária de maior risco. Com cerca de 1 em cada 8 homens diagnosticados durante a vida, entender as possibilidades de tratamento e cura é fundamental. Quando falamos sobre a cura, surgem muitas dúvidas: quais são as opções disponíveis? O diagnóstico precoce realmente faz a diferença? Neste artigo, vamos explorar a realidade do câncer de próstata, abordando desde os fatores de risco e sintomas até as opções de tratamento e prognóstico. Ao final, você terá uma compreensão mais clara sobre a questão: câncer de próstata tem cura? Vamos juntos desvendar essa importante questão e promover a conscientização sobre a saúde masculina.
Qual a chance de cura do câncer de próstata?
As chances de cura do câncer de próstata dependem de vários fatores, incluindo o estágio do câncer no momento do diagnóstico, a idade do paciente, a saúde geral e as opções de tratamento disponíveis. Vamos analisar esses fatores em detalhes.
Estágios do câncer de próstata
O câncer de próstata tem sua classificação em diferentes estágios, que influenciam diretamente as chances de cura:
- Estágio localizado: neste estágio, o câncer está restrito à próstata e não se espalhou para outros órgãos. As taxas de cura são muito altas, com tratamentos como a prostatectomia radical (remoção da próstata) e a radioterapia apresentando taxas de sobrevivência em 5 anos superiores a 90%.
- Estágio regional: aqui, o câncer pode ter se espalhado para os tecidos ao redor da próstata ou para os linfonodos próximos, mas ainda não atingiu órgãos distantes. As opções de tratamento, que podem incluir hormonioterapia e radioterapia, ainda oferecem boas chances de controle da doença, com taxas de cura que podem variar entre 70% a 90%.
- Estágio avançado ou metastático: quando o câncer se espalha para órgãos distantes, como ossos ou linfonodos afastados, as chances de cura diminuem significativamente. Embora muitos homens com câncer metastático possam viver por vários anos com a doença controlada, a cura completa se torna mais desafiadora. A abordagem neste estágio geralmente envolve uma combinação de hormonioterapia e outras terapias sistêmicas. A sobrevida em 5 anos pode cair para cerca de 30% ou menos, dependendo do tratamento.
Fatores de prognóstico
Além do estágio da doença, outros fatores também influenciam as chances de cura:
- Gleason Score: este escore avalia a agressividade do câncer. Um escore de Gleason baixo (6 ou menos) está associado a melhores prognósticos, enquanto um escore alto (8 a 10) indica um câncer mais agressivo e com menos chances de cura.
- Níveis de PSA: o Antígeno Prostático Específico (PSA) é um marcador importante. Níveis mais elevados de PSA no momento do diagnóstico podem indicar um câncer de mais alto risco e, consequentemente, reduzir as chances de cura.
- Idade e saúde geral: pacientes mais jovens e com boa saúde geral tendem a ter melhores resultados. A capacidade de suportar tratamentos agressivos e a resposta do organismo ao tratamento também desempenham papéis importantes.
Importância da detecção precoce
A detecção precoce é fundamental para melhorar as chances de cura. Exames regulares, como o exame de toque retal e o teste de PSA, são essenciais para identificar o câncer em estágios iniciais, quando as taxas de cura são mais altas. Homens a partir dos 50 anos ou com histórico familiar devem discutir a frequência desses exames com seus médicos.
Tratamentos e avanços no câncer de próstata
O câncer de próstata apresenta diversas opções de tratamento que variam conforme o estágio da doença, a saúde geral do paciente e suas preferências. Nos últimos anos, houve avanços significativos na pesquisa e nas tecnologias de tratamento, melhorando as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes.
Vigilância ativa
Para muitos homens diagnosticados com câncer de próstata em estágio inicial e de baixo risco, a vigilância ativa é uma estratégia eficaz. Isso envolve monitorar o câncer de perto sem tratamento imediato, realizando exames regulares de PSA, biópsias e exames clínicos. Essa abordagem evita tratamentos desnecessários, minimizando os efeitos colaterais, enquanto o câncer é monitorado.
Cirurgia
A prostatectomia radical é uma das principais opções de tratamento para câncer de próstata localizado. Este procedimento envolve a remoção completa da próstata e de parte dos tecidos circundantes. Com os avanços na técnica cirúrgica, como a cirurgia robótica, a recuperação tornou-se mais rápida, com menos dor e uma menor taxa de complicações.
Tipos de cirurgia:
- Prostatectomia robótica: utiliza robôs para realizar a cirurgia com precisão. A recuperação é geralmente mais rápida e com menos dor em comparação com a cirurgia aberta tradicional.
- Prostatectomia aberta: embora menos comum atualmente devido à tecnologia robótica, ainda tem sua utilização em casos específicos.
Radioterapia
A radioterapia é uma opção eficaz para o tratamento do câncer de próstata, tanto em casos localizados quanto avançados. Existem dois tipos principais:
- Radioterapia externa: utiliza radiações direcionadas para o tumor. Avanços nas técnicas, como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT), permitem uma maior precisão, minimizando a exposição a tecidos saudáveis.
- Braquiterapia: envolve a colocação de sementes radioativas diretamente na próstata. Essa técnica pode oferecer um tratamento menos invasivo e com menos efeitos colaterais.
Terapia hormonal
A terapia hormonal, também conhecida como androgênio deprivação, é frequentemente utilizada em casos de câncer de próstata avançado ou metastático. Este tratamento visa reduzir os níveis de testosterona, um hormônio que pode alimentar o crescimento do câncer. As opções incluem:
- Inibidores de andrógenos: medicamentos que bloqueiam os efeitos da testosterona nas células cancerosas.
- Orquiectomia: remoção cirúrgica dos testículos, que são a principal fonte de testosterona.
Quimioterapia
A quimioterapia é geralmente reservada para casos de câncer de próstata avançado que não respondem à terapia hormonal. Medicamentos quimioterápicos podem ajudar a controlar os sintomas e prolongar a vida, embora possam causar efeitos colaterais significativos.
Terapias alvo e imunoterapia
Os últimos anos trouxeram avanços significativos nas terapias alvo e na imunoterapia, que oferecem novas opções de tratamento:
- Terapias alvo: focam em características específicas das células cancerosas. Por exemplo, a enzalutamida e a abiraterona são medicamentos que atacam as células cancerosas de forma mais direcionada.
- Imunoterapia: embora ainda em estágio de pesquisa para o câncer de próstata, a imunoterapia busca estimular o sistema imunológico a atacar as células cancerosas. A vacina sipuleucel-T é um exemplo, usada em alguns pacientes com câncer avançado, mas infelizmente nao esta aprovada no Brasil.
Abordagem multidisciplinar
Um aspecto fundamental no tratamento do câncer de próstata é a abordagem multidisciplinar, envolvendo uma equipe de profissionais de saúde, incluindo urologistas, oncologistas, radio-oncologistas e enfermeiros. Essa colaboração permite um plano de tratamento personalizado, adaptado às necessidades específicas de cada paciente, maximizando as chances de sucesso e a qualidade de vida.
A expectativa de vida de uma pessoa diagnosticada com câncer de próstata varia amplamente, dependendo de vários fatores, incluindo o estágio do câncer no momento do diagnóstico, a agressividade da doença e as opções de tratamento disponíveis. Vamos analisar esses aspectos em mais detalhes.
Conforme o National Cancer Institute (NCI) e outras organizações de saúde, as estatísticas de sobrevida para o câncer de próstata são as seguintes:
- Sobrevida em 5 anos para câncer de próstata localizado: 98%.
- Sobrevida em 5 anos para câncer regional: 99%.
- Sobrevida em 5 anos para câncer metastático: 31%.
Essas estatísticas podem variar com base em fatores individuais, tratamento e avanços na medicina.
Quanto tempo leva para o câncer de próstata se espalhar?
A progressão do câncer de próstata – ou o tempo que ele leva para se espalhar (metástase) – pode variar amplamente entre os pacientes. Diferentes tipos e estágios da doença, além de características individuais, influenciam diretamente essa velocidade. Em geral, o câncer de próstata é conhecido por ser de crescimento lento, mas há casos mais agressivos que avançam rapidamente.
Câncer de crescimento lento: este tipo de câncer pode levar anos para progredir e, em muitos casos, não chega a se espalhar fora da próstata. Homens com essa forma mais lenta de câncer de próstata frequentemente vivem anos sem sintomas ou com sintomas mínimos, especialmente quando monitorados de perto.
Câncer agressivo: uma parcela dos pacientes tem cânceres de próstata mais agressivos, com uma progressão mais rápida. Esses tumores podem crescer e se espalhar para outros órgãos ou ossos em um período de tempo mais curto, normalmente em poucos anos.
Para tumores de crescimento lento, o câncer de próstata pode levar de 10 a 15 anos ou mais para se espalhar significativamente. Em alguns casos, o câncer de crescimento lento nunca deixa a próstata, e muitos homens vivem com ele sem apresentar problemas graves.
Para tumores agressivos, o câncer de próstata pode começar a se espalhar em alguns anos após o diagnóstico, especialmente se não tiver tratamento correto. Quando o câncer começa a se espalhar, ele tende a afetar primeiro os ossos, particularmente a coluna, o fêmur, a pelve e as costelas.
Quando o câncer de próstata é considerado avançado?
O câncer de próstata é considerado avançado quando se espalha para outros órgãos, como ossos, linfonodos ou fígado. O diagnóstico em estágio avançado frequentemente exige tratamentos mais intensivos e menos chances de cura.
Qual nível de PSA indica metástase?
O PSA (Antígeno Prostático Específico) é uma proteína que tem sua produção pela próstata, e seus níveis têm medição através de um exame de sangue. Embora níveis elevados de PSA possam indicar a presença de câncer de próstata, nem sempre eles significam que o câncer se espalhou. No entanto, um PSA muito elevado pode levantar a suspeita de metástase, especialmente em combinação com outros exames e fatores clínicos.
Normalmente, os níveis de PSA em homens saudáveis ficam abaixo de 4 ng/mL. No entanto, para homens com câncer de próstata, especialmente em estágios avançados, os níveis de PSA podem ser muito mais altos.
- Níveis de PSA entre 4 e 10 ng/mL: estes níveis são considerados “zona cinzenta”, onde pode haver câncer, mas a probabilidade de metástase ainda é baixa. Muitos cânceres localizados ou em estágios iniciais têm níveis de PSA nessa faixa.
- Níveis de PSA acima de 20 ng/mL: níveis de PSA acima de 20 ng/mL são mais indicativos de um câncer que pode ter se espalhado além da próstata, especialmente para os tecidos próximos, mas ainda não é conclusivo. Esse valor pode variar conforme a agressividade do tumor e as características individuais do paciente.
- PSA muito alto, geralmente acima de 100 ng/mL: quando os níveis de PSA estão nessa faixa, há uma alta suspeita de que o câncer de próstata tenha se espalhado para outras áreas do corpo, como os ossos ou linfonodos. Embora não seja uma regra exata, muitos casos de câncer de próstata metastático apresentam valores de PSA nessa faixa ou ainda mais altos.
PSA como indicador, não como diagnóstico conclusivo
O nível de PSA é uma ferramenta importante, mas não determina, por si só, a presença de metástase. A confirmação de metástase exige exames de imagem específicos, como:
- Cintilografia óssea: é o exame de escolha para verificar se o câncer se espalhou para os ossos, um local comum de metástase no câncer de próstata.
- Tomografia Computadorizada (TC) ou Ressonância Magnética (RM): esses exames ajudam a identificar metástases em linfonodos e órgãos.
- PET PSMA – por favor incluir informacaoes sobre esse exame
Assim, o PSA é um importante marcador para levantar suspeitas e monitorar a progressão, mas é sempre acompanhado de exames de imagem e biópsias para o diagnóstico de metástase.
O PSA no acompanhamento e controle do câncer de próstata
O PSA também é utilizado para monitorar a resposta ao tratamento. Em pacientes em tratamento, um aumento gradual do PSA pode indicar uma possível resistência ao tratamento inicial ou recorrência do câncer, o que pode levar o médico a investigar uma possível metástase. Em contrapartida, uma queda nos níveis de PSA geralmente sugere uma boa resposta ao tratamento.
- Velocidade de aumento do PSA: um aumento rápido dos níveis de PSA em um curto período pode indicar uma doença mais agressiva, com maior potencial de metástase.
- PSA Doubling Time (Tempo de duplicação do PSA): esse índice avalia o tempo que leva para o PSA dobrar de valor, o que é um fator preditivo importante para a agressividade do câncer.
Quem tem câncer de próstata sente dor onde?
O câncer de próstata pode causar dor em diferentes áreas do corpo, dependendo do estágio e da disseminação da doença. Embora o câncer de próstata localizado, ou seja, que ainda está restrito à próstata, geralmente não provoque sintomas de dor, a dor pode ocorrer em casos mais avançados ou quando o câncer começa a se espalhar.
Áreas comuns de dor no câncer de próstata
Região da Pelve e Parte Inferior das Costas
Quando o câncer está localizado na próstata ou ao redor dela, alguns homens podem sentir desconforto ou dor na região pélvica, parte inferior do abdômen ou nas costas, especialmente na região lombar. Isso ocorre quando o tumor pressiona áreas adjacentes ou nervos próximos.
Ossos
Nos casos de câncer de próstata metastático, a metástase óssea é uma das complicações mais comuns. O câncer pode se espalhar para os ossos, especialmente para a coluna, pelve, costelas e fêmur. A dor óssea é muitas vezes intensa e persistente e pode ser um dos primeiros sinais de metástase. Ela tende a ser contínua e se intensifica ao longo do tempo, dificultando movimentos e atividades diárias.
Pernas e parte Inferior do corpo
Em casos avançados, a disseminação para os linfonodos próximos da próstata pode comprimir os nervos e estruturas próximas, causando dor, formigamento, ou fraqueza nas pernas. Isso é conhecido como síndrome de compressão da medula espinhal e é uma condição grave que requer atenção médica imediata.
Área genital e perineal
Alguns homens relatam dor ou desconforto na área entre o ânus e o escroto (períneo), especialmente em estágios avançados do câncer ou se houver inflamação associada. Esse desconforto pode ser contínuo ou ocorrer apenas em algumas situações, como ao sentar-se por longos períodos.
Qual o primeiro sinal de câncer de próstata?
O câncer de próstata é uma condição que frequentemente se desenvolve de forma lenta e, em seus estágios iniciais, pode não apresentar sintomas evidentes. No entanto, em alguns casos, há sinais iniciais que podem indicar alterações na próstata e que devem ser avaliados por um médico, especialmente em homens a partir dos 50 anos ou que possuem histórico familiar de câncer de próstata.
Principais sintomas iniciais do câncer de próstata
- Dificuldade para urinar
Um dos primeiros sinais mais comuns é a dificuldade em iniciar a micção. O crescimento da próstata pode obstruir parcialmente a uretra, dificultando a passagem da urina. Esse sintoma é também comum em condições benignas, como a hiperplasia prostática benigna (HPB), mas é um sinal que requer avaliação médica. - Jato urinário fraco ou intermitente
Muitos homens com câncer de próstata em estágios iniciais relatam que o fluxo de urina se torna mais fraco ou que é interrompido, precisando de um esforço maior para urinar. Essa obstrução ocorre devido ao crescimento do tumor, que começa a pressionar a uretra. - Necessidade frequente de urinar, principalmente à noite
O aumento da frequência urinária, especialmente durante a noite (noctúria), pode ser um sinal de câncer de próstata. Esse sintoma, comum também em outras condições, ocorre porque o tumor pressiona a uretra, gerando uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga. - Sensação de urgência urinária
Alguns homens experimentam uma necessidade urgente de urinar, muitas vezes sem aviso prévio. Isso pode acontecer devido à irritação e pressão que o tumor causa na uretra e nas estruturas próximas. - Presença de sangue na urina ou no sêmen
Embora menos comum em estágios iniciais, a presença de sangue na urina (hematúria) ou no sêmen (hematospermia) é um sintoma que pode indicar problemas na próstata. A presença de sangue, mesmo que em pequenas quantidades, deve ser investigada para descartar a possibilidade de câncer. - Dor ou desconforto na região pélvica
Um desconforto leve ou dor na região pélvica, no períneo (área entre o escroto e o ânus) ou na parte inferior das costas pode ser um sintoma inicial. Esse sintoma não é exclusivo do câncer, mas pode ocorrer quando o tumor começa a pressionar nervos próximos.
Como fica o homem depois de uma cirurgia de próstata?
A cirurgia de próstata, também conhecida como prostatectomia, é um procedimento utilizado para tratar o câncer de próstata localizado e, em alguns casos, outras condições severas da próstata. Este tipo de cirurgia pode ser realizada por diferentes técnicas, como a cirurgia aberta, a laparoscopia e a robótica, e cada uma delas pode impactar o paciente de forma distinta. Abaixo, vamos explorar como o corpo e a vida do homem podem ser afetados após a cirurgia, cobrindo aspectos físicos, emocionais e a importância do acompanhamento médico durante a recuperação.
Recuperação física e retorno das atividades
Após a cirurgia, o paciente normalmente permanece no hospital de um a três dias, dependendo do tipo de procedimento. A recuperação total pode levar algumas semanas ou até meses, e as atividades cotidianas devem ser retomadas gradualmente. No início, o homem pode sentir dor ou desconforto na área abdominal, mas esses sintomas geralmente são controláveis com analgésicos prescritos.
É recomendado que o paciente evite atividades intensas, como carregar peso ou exercícios vigorosos, por pelo menos quatro a seis semanas. Exercícios leves, como caminhadas, podem ser incorporados gradualmente para ajudar na recuperação.
Durante a recuperação inicial, o homem precisará usar um cateter urinário para ajudar a esvaziar a bexiga. A maioria dos pacientes usa o cateter por uma a duas semanas, até que a uretra cicatrize.
Mudanças na função urinária
A continência urinária é um dos principais aspectos afetados após a cirurgia de próstata. No entanto, a maioria dos pacientes recupera o controle urinário ao longo dos meses, embora o tempo de recuperação varie de uma pessoa para outra.
Nos primeiros meses, a incontinência é comum e pode causar vazamentos involuntários. Exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, como os exercícios de Kegel, são recomendados para ajudar a fortalecer os músculos e melhorar o controle urinário.
Em geral, a maioria dos homens recupera a continência dentro de seis a 12 meses, mas uma pequena porcentagem pode continuar a ter algum grau de incontinência, principalmente ao tossir, espirrar ou levantar objetos pesados.
Função sexual e disfunção erétil
A cirurgia de próstata pode impactar a função erétil, já que os nervos responsáveis pela ereção estão próximos à próstata. A possibilidade de recuperação dessa função depende de fatores como idade, saúde geral e a habilidade do cirurgião em preservar esses nervos.
A maioria dos homens experimenta algum grau de disfunção erétil nos meses após a cirurgia. Em muitos casos, a função erétil pode melhorar com o tempo, mas a recuperação completa pode levar até dois anos.
Medicamentos, como inibidores de PDE5, terapia de injeção e dispositivos de vácuo, podem ser utilizados para ajudar na recuperação da função erétil. Em casos de dificuldades persistentes, a prótese peniana pode ser uma opção.
Quem tem câncer de próstata pode ter relação?
O câncer em si nem sempre afeta diretamente a vida sexual do homem, especialmente nos estágios iniciais. Contudo, as escolhas de tratamento, que podem incluir cirurgia, radioterapia e hormonioterapia, muitas vezes causam mudanças temporárias ou permanentes na função sexual. Esses efeitos variam de acordo com o tratamento e a resposta individual do paciente.
Efeitos dos principais tratamentos no desempenho sexual
Cirurgia (prostatectomia radical)
A prostatectomia radical é a remoção cirúrgica da próstata, e embora seja eficaz em muitos casos para remover o câncer, pode ter consequências na função erétil devido aos nervos próximos à próstata que controlam a ereção.
Durante a cirurgia, esses nervos podem ser danificados. Em muitos casos, é possível preservá-los (técnica de preservação de nervos), mas não em todos. A recuperação da função erétil pode levar meses ou até anos, e algumas vezes é parcial.
Homens que passam por cirurgia podem contar com tratamentos para disfunção erétil, como medicamentos, dispositivos de ereção a vácuo e, em alguns casos, implantes penianos.
Radioterapia
A radioterapia, que usa radiação para destruir as células cancerígenas, também pode causar disfunção erétil ao longo do tempo, uma vez que os tecidos próximos à próstata podem ser afetados pela exposição à radiação.
Esse efeito pode se desenvolver gradualmente, e a probabilidade de disfunção erétil aumenta com o passar dos anos após o tratamento. Tal como na cirurgia, medicamentos e dispositivos de assistência podem ser úteis para melhorar a qualidade das ereções.
Hormonioterapia
A hormonioterapia diminui os níveis de testosterona, que é o hormônio responsável pelo desejo sexual e pela função erétil nos homens. Esse tratamento é comumente usado em estágios avançados do câncer de próstata.
A redução de testosterona leva à diminuição do desejo sexual e da capacidade de ter ereções, e esses efeitos podem ser mais difíceis de reverter. Para homens com este tipo de tratamento, suporte psicológico e estratégias de intimidade podem ser úteis para manter a conexão com o parceiro.
É essencial conversar com o médico sobre qualquer preocupação com relação à vida sexual ao longo do tratamento do câncer de próstata. A equipe médica pode orientar o paciente sobre as opções de preservação da função erétil antes de uma cirurgia ou radioterapia e oferecer soluções para minimizar os efeitos adversos. Além disso, muitos profissionais indicam programas de reabilitação sexual para que o paciente consiga retomar uma vida íntima satisfatória.
O que pode ser confundido com câncer de próstata?
O câncer de próstata pode apresentar sintomas que se sobrepõem a outras condições benignas da próstata, levando a confusões no diagnóstico inicial. Alguns dos sintomas comuns do câncer, como dificuldade para urinar, jato urinário fraco e aumento da frequência urinária, também são característicos de outras condições que afetam a próstata ou o sistema urinário. Conhecer as doenças que compartilham sintomas com o câncer de próstata ajuda a entender a importância do diagnóstico médico preciso e das avaliações clínicas para distinguir entre elas.
Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)
A hiperplasia prostática benigna (HPB) é o aumento não canceroso da próstata, uma condição bastante comum em homens acima dos 50 anos. À medida que a próstata cresce, ela pressiona a uretra, causando sintomas urinários semelhantes aos do câncer de próstata.
A HPB não é uma condição cancerosa e, portanto, não apresenta risco de metástase. Exames como o PSA podem ajudar a diferenciar, pois, embora possam estar levemente elevados na HPB, geralmente estão muito mais altos no câncer de próstata avançado.
Sintomas comuns com o câncer de próstata: dificuldade em iniciar a micção, necessidade de urinar com frequência, jato urinário fraco e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Prostatite (infecção ou inflamação da próstata)
A prostatite é a inflamação ou infecção da próstata e pode ter causa por infecções bacterianas ou, em alguns casos, por causas não infecciosas. Pode ocorrer em homens de todas as idades e apresenta sintomas que se assemelham ao câncer de próstata.
A prostatite geralmente vem acompanhada de sintomas adicionais, como febre e calafrios, principalmente se causada por uma infecção bacteriana. Ao contrário do câncer, a prostatite não causa elevações significativas no PSA, embora possa causar um aumento moderado temporário.
Sintomas comuns com o câncer de próstata: dor ou desconforto ao urinar, dificuldade em urinar, dor na região pélvica, lombar e, às vezes, no períneo (área entre o ânus e os testículos).
Infecções do Trato Urinário (ITU)
Embora sejam mais comuns em mulheres, os homens também podem sofrer infecções do trato urinário. Em alguns casos, os sintomas da infecção urinária podem parecer com os do câncer de próstata, como dor ou queimação ao urinar e aumento da frequência urinária.
Uma ITU geralmente apresenta sinais específicos, como a presença de sangue na urina (hematúria) e odor forte na urina. Os exames de urina podem detectar a presença de bactérias, que confirmam a infecção e diferenciam a ITU de condições mais graves.
Sintomas comuns com o câncer de próstata: necessidade frequente e urgente de urinar, desconforto ou dor durante a micção.
Cálculos na bexiga
Os cálculos na bexiga são pedras que se formam quando a urina fica concentrada e os minerais se cristalizam. Esses cálculos podem obstruir o fluxo urinário e irritar a parede da bexiga, causando sintomas semelhantes aos do câncer de próstata.
A dor intensa e episódica, que ocorre com os cálculos, é muitas vezes um indicador diferencial, e os cálculos podem ser identificados através de exames de imagem como ultrassom.
Sintomas comuns com o câncer de próstata: dor ou dificuldade para urinar, sangue na urina e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Câncer de bexiga
Embora menos comum, o câncer de bexiga pode apresentar sintomas semelhantes ao câncer de próstata, como sangue na urina e alterações na frequência urinária. Homens com suspeita de câncer de próstata podem ser diagnosticados com câncer de bexiga após exames adicionais.
A identificação do câncer de bexiga é mais frequentemente pela presença de sangue visível na urina e, ao contrário do câncer de próstata, não causa elevação no PSA.
Sintomas comuns com o câncer de próstata: sangue na urina, necessidade de urinar com frequência e dor pélvica.
Estenose uretral
A estenose uretral é uma condição em que a uretra se estreita, restringindo o fluxo de urina. Esse estreitamento pode ser causado por lesões, infecções ou procedimentos médicos e pode gerar sintomas que se confundem com os do câncer de próstata.
A estenose geralmente ocorre em homens que têm histórico de trauma ou infecções urinárias. Exames como a uretroscopia podem ajudar a confirmar o diagnóstico e diferenciá-la de problemas na próstata.
Sintomas comuns com o câncer de próstata: jato urinário fraco, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga e dificuldade para urinar.
Qual é o percentual de morte por câncer de próstata?
A taxa de mortalidade por câncer de próstata é relativamente baixa, com menos de 5% dos homens diagnosticados morrendo da doença, especialmente quando detectada precocemente. No entanto, essa taxa pode aumentar em casos avançados ou agressivos.
Quais são os alimentos que prejudicam a próstata?
Alguns alimentos podem ser prejudiciais para a saúde da próstata, como:
- Carnes vermelhas processadas
- Laticínios integrais
- Alimentos ricos em gorduras saturadas
Uma dieta balanceada e rica em frutas, verduras e grãos integrais pode ajudar a proteger a saúde da próstata.
Conclusão
O câncer de próstata tem cura, especialmente quando diagnosticado em estágios iniciais. É vital que os homens realizem exames regulares e estejam atentos aos sinais de alerta. Com o tratamento adequado, muitos podem levar uma vida longa e saudável. Se você tiver dúvidas sobre sua saúde prostática, agende uma consulta em meu site.
Dra. Mariane Fontes
Especialista em uro-oncologia – Uro-oncologista Zona Sul, Rio de Janeiro