Mariane Fontes MD

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Aspartame causa câncer? Entenda a sua relação com a doença

Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde), juntamente com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), anunciou que o aspartame, adoçante artificial utilizado para substituir o açúcar, é possivelmente cancerígeno – pode causar, especificamente, um tipo de câncer de fígado (carcinoma hepatocelular). Cientistas, entretanto, ressaltam que o perigo está em doses altas de seu consumo.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) recomenda evitar o consumo e optar por alimentos naturais, já que a substância, ainda segundo o instituto, não tem eficácia comprovada no combate à obesidade.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não referendou o anúncio da OMS e considerou o produto seguro, desde que seja a sua ingestão seja a recomendada diariamente: 40 miligramas por quilo de peso. Em crianças e gestantes o número é de 5 mg/kg.

Em nota, a Anvisa declarou que “depois de revisar a literatura científica disponível, ambas as avaliações observaram limitações nas evidências disponíveis em relação ao câncer e também a outros efeitos na saúde”.

O que é o aspartame?

De origem americana e criado em 1965, o aspartame é um adoçante artificial que adoça até 200 vezes mais que o açúcar comum e tem somente 4 calorias por grama. É encontrado em diversos produtos da linha light/diet (ou zero açúcar), como:

De acordo com a OMS, o seu consumo por longos períodos aumenta o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e, inclusive, câncer. O ideal é optar por adoçantes naturais – derivados de plantas – como a stevia (da planta Stevia rebaudiana) e etritritol (extraído da cana de açúcar).

  • Refrigerantes (numa Coca-Cola Zero, por exemplo, há 12mg a cada 100ml);
  • Sorvetes;
  • Chicletes;
  • Sobremesas congeladas;
  • Gelatinas;
  • Barrinhas de cereal;
  • Sucos em pó;
  • Cereais.

O aspartame entrou na lista de alimentos possivelmente cancerígenos num grupo conhecido como 2b, que conta, por exemplo, com o extrato de aloe vera, digoxina (medicamento para insuficiência cardíaca) e radiações eletromagnéticas.

Mais sobre o aspartame

Por ter entrado nessa classificação, conclui-se, portanto, que o aspartame não tem uma relação direta com o câncer, mas pode, sim, levantar um sinal de alerta sobre o seu consumo.

São quatro as categorias/classificações::

  • Grupo 1: cancerígeno para humanos (evidência suficiente para câncer em humanos).
  • Grupo 2a: provavelmente cancerígeno para humanos (evidência limitada em humanos, evidência suficiente em animais).
  • Grupo 2b: possivelmente cancerígeno para humanos (evidência limitada em humanos, evidência insuficiente em animais).
  • Grupo 3: não classificável (evidência inadequada em humanos ou animais). 

 Vale ressaltar também que a Iarc, que está ligada à OMS desde 1971, já avaliou mais de mil substâncias em classificações como “carcinogênicos”, “provavelmente carcinogênicos” e “possivelmente carcinogênicos”.

A Anvisa destaca que nesse contexto “já estão em discussão na Agência alternativas para melhorar as regras para a declaração dos edulcorantes e de outros aditivos alimentares na lista de ingredientes, bem como os requisitos de legibilidade, que irão permitir que o consumidor identifique com mais facilidade a presença dessas substâncias nos alimentos”.

Em suma, tem mais dúvidas sobre o tema ou qualquer outra questão relacionada ao câncer? Agende sua consulta com hora marcada!