As características anatômicas do câncer de uretra, que é o mais raro de todos os cânceres urológicos, são diferentes no homem e na mulher. Os casos são mais comuns no sexo feminino e representa uma proporcionalidade de 4:1 com relação ao sexo masculino.
Mas o que é a uretra? Ela é um tubo oco que permite a passagem da urina da bexiga para o ambiente externo. Nos homens o seu tamanho é maior – 20 centímetros -, enquanto que nas mulheres o seu comprimento é de 5 centímetros.
No total, o câncer de uretra representa somente 0,01% entre as neoplasias urológicas no sexo masculino. No sexo feminino o número é de 0,02%. São três os seus tipos:
- Carcinoma de células escamosas: nas mulheres ele se forma na parte da uretra perto da bexiga, e nos homens nas células que revestem a uretra no pênis. É o tipo mais comum.
- Adenocarcinoma: seu surgimento é a partir das glândulas ao redor da uretra.
- Carcinoma de células transicionais: assim como no tipo mais comum, há diferenciação entre os sexos. No homem as células cancerígenas crescem onde o tubo passa pela próstata; nas mulheres, na abertura da uretra.
O câncer de uretra está associado a doenças crônicas do trato urinário, doenças proliferativas, fibroses, DST’s e infecções urinárias.
Quais os sintomas do câncer de uretra?
O seu estágio inicial é assintomático – por isso é sempre fundamental ter uma rotina médica. Posteriormente, na medida do crescimento do tumor, nódulo na virilha ou no pênis pode surgir.
Há possibilidade, também, de dor ao urinar ou sangramento – este é o primeiro sintoma que geralmente ocorre nas mulheres. Em ambos os sexos, entretanto, o fluxo urinário pode ficar obstruído, tornando a saída da urina lenta e fina.
Caso o especialista suspeite de câncer, serão necessários exames para a confirmação. Podemos citar os principais:
- biópsia;
- cistoscopia (permite observar o interior da uretra);
- uretrografia (permite ver se o câncer atingiu o tecido próximo da uretra);
- teste de imagem como raio-X e ressonância magnética da pelve (é possível verificar se as células cancerígenas se espalharam para outros órgãos).
Como é o tratamento?
A cirurgia, em suma, é o processo mais utilizado para o tratamento do câncer de uretra. Em casos em que a doença ainda está em fase superficial, um cistoscópio especial pode ser utilizado e inserido na uretra para a remoção dos tecidos anormais ou tumores – usa-se anestesia local ou geral.
Quando o tumor é invasivo, geralmente na uretra posterior, é necessária uma cirurgia mais radical. Nos homens, há casos em que parte do pênis ou sua totalidade precisa ser removida. Isso vai depender de onde o tumor se encontra (uretra anterior).
Se o tumor estiver na uretra superior, além do pênis, parte da pelve óssea, bexiga e próstata também têm chances de remoção.
No caso das mulheres, a uretra é menor. É possível remover a sua parte externa sem atingir outros órgãos. Se for na porção interna, por outro lado, a uretra, a bexiga e uma parte da vagina podem ser retiradas.
Há também a possibilidade da remoção do linfonodo (gânglios linfáticos da pelve), o que pode causar inchaço nas pernas após o procedimento, pois são eles os responsáveis pela drenagem dos fluidos que saem dos vasos sanguíneos para as pernas.
Radioterapia e quimioterapia
Radioterapia e quimioterapia são outras alternativas. A primeira, que com a radiação destrói as células cancerosas, pode ser feita juntamente com quimioterapia e cirurgia. Ela faz com que o indivíduo não perca a uretra e órgãos próximos. Por outro lado, alguns efeitos podem ser sentidos após o procedimento, como: sangramento, incontinência, dor na bexiga, dor retal ou vaginal e estreitamento da uretra. Já a quimioterapia, que é um tratamento sistêmico, é feita quando outros órgãos já foram afetados pelo câncer.
Em conclusão, vale frisar que não há causa exata para o surgimento da doença e nenhum método de prevenção. Apesar de raro, o câncer de uretra merece atenção, bem como qualquer outra doença. Tem dúvidas com relação ao tema? Agende uma consulta e mantenha a sua saúde em dia.