Junho Verde é uma campanha de conscientização do câncer de rim, doença que atinge por ano no Brasil mais de 10 mil pessoas. E em 40% dos casos, ela é descoberta em seu estágio avançado por conta dos seus sintomas que são silenciosos ou que podem ser confundidos com os de outros problemas de saúde.
O câncer de rim está entre os 13 mais comuns no país. Sua incidência é de 7 a 10 casos para cada 100 mil indivíduos. Em 85% dos diagnósticos, o tipo mais comum é o carcinoma renal de células claras (CRCC).
Sintomas do câncer de rim
Dor na lombar, fadiga, sangue na urina (hematúria), varicocele (varizes no saco escrotal), pressão alta, falta de apetite, massa no abdômen ou na parte inferior das costas, e perda de peso sem motivo específico são alguns dos sinais que remetem à doença, mas que podem ser interpretados como qualquer outro problema e, consequentemente, não levar a pessoa à procura por um médico especialista. Deve-se também se atentar se há casos anteriores na família.
Buscar uma vida saudável elimina os fatores de risco do câncer de rim. Praticar atividades físicas, ter uma boa alimentação, manter-se hidratado são alguns pontos que devem ser seguidos em sua rotina do dia a dia.
Mas atenção: beber dois litros de água por dia não previne a doença. Muitas pessoas pensam ao contrário disso. Tanto que em um levantamento feito pela Pfizer, 76% dos entrevistados disseram que tal hábito ajudava sim na prevenção do câncer de rim.
Outro dado que chamou a atenção é que apenas 17% das pessoas disseram que já comentaram com um especialista sobre a doença. É aí que entra, também, a importância da conscientização da população sobre o tema. É importante ter contato com o médico, mesmo que o indivíduo não apresente nenhum sintoma.
Tabagismo, obesidade, hipertensão arterial e sedentarismo são quatro pilares importantes como fatores de risco – assim como em diversas outras doenças.
Saiba mais sobre o câncer de rim
Em âmbito global, o câncer de rim acomete entre 2% e 3% da população. Sua maior frequência, em síntese, é entre cidadãos na faixa de 55 e 75 anos – os homens são os mais afetados, além de ser a terceira neoplasia mais comum do trato geniturinário.
Apenas entre 6% e 10% das pessoas são registradas com os sintomas recorrentes. São assintomáticos 50% dos casos. O carcinoma renal de células claras (CRCC) é o tipo mais comum de câncer. Sua origem é nos rins, mas pode se espalhar para o resto do corpo.
Há também o carcinoma papilar de células renais (tem 10% dos diagnósticos), o carcinoma cromófobo de células renais (5%), e correspondendo a menos do que 1% encontram-se o CCR do ducto coletor, CCR cístico multilocular, carcinoma medular, carcinoma tubular mucinoso e de células fusiformes e CCR associado ao neuroblastoma.
A doença é incomum em pessoas com menos de 40 anos. No momento do diagnóstico, 55% dos pacientes apresentam o tumor localizado apenas no rim, 20% têm sinais de invasão regional (geralmente de linfonodos), e 25% encontram-se em estágio avançado da doença com metástase geralmente no pulmão, fígado ou ossos.
Em suma, alguns outros fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de rim, são:
- Exposição frequente a substâncias tóxicas;
- Hepatite C crônica;
- Anemia falciforme;
- Doença de Von Hippel-Lindau;
- Uso de quimioterapia durante a infância;
- Uso crônico de aspirina, anti-inflamatórios ou analgésicos.
O diagnóstico
Exames radiológicos são os que geralmente detectam a doença – muitas dessas vezes acontecem de forma inesperada pelo paciente. Há possibilidade de serem encontrados cistos renais simples, que não são tumores malignos e não têm relação com câncer. São lesões comuns que podem surgir em pessoas com mais de 50 anos, principalmente.
Caso o radiologista defina a presença da massa como cisto suspeito – com classificação de cisto complexo -, é indicada, assim, a realização de uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética, ambos com maior capacidade de distinção, para uma melhor avaliação.
Estadiamento tumoral
Após o diagnóstico, há a etapa do estadiamento tumoral, que é um sistema utilizado para determinar grau, tamanho e agressividade do câncer. Dessa forma, será alinhado qual tratamento seguir e o prognóstico a longo prazo. São quatro divisões de estádios:
- Estádio I: o tumor está restrito ao rim e mede menos do que 7 centímetros;
- Estádio II: o tumor está restrito ao rim e mede mais do que 7 centímetros;
- Estádio III: o tumor tem qualquer tamanho, mas acomete pelo menos um gânglio próximo, invasão da veia renal ou gordura perirenal.
- Estádio IV: apresenta metástase para outros órgãos como pulmão, fígado ou ossos.
No estádio I, por exemplo, o paciente tem 95,4% de chances de estar vivo após um ano com a doença. Após cinco anos, em conclusão, a probabilidade é de 80,9%. Por outro lado, no estádio IV, os números são de 34,2% e 8,2%, respectivamente.
Nos estádios I, II e III o tratamento é para a cura, enquanto que no IV o objetivo é para aumentar a sobrevida do paciente e melhor a sua qualidade de vida, pois as chances de o indivíduo ser curado são baixas. Ao contrário da maioria, o câncer de rim não tem tratamento de quimioterapia.
Atente-se, portanto, aos cuidados com a sua saúde. Lembre-se, então: o câncer de rim quando diagnosticado em seu estágio inicial tem grandes chances de cura. Procure por um especialista em caso de suspeitas.